A criatividade é definida como a capacidade de transcender as ideias, normas, padrões e relações tradicionais, para criar novas e significativas ideias, formas, métodos, interpretações, etc. A criatividade é fácil de definir, mas os pesquisadores muitas vezes se perguntam como ela pode ser medida e como as pessoas têm diferentes aptidões para a criatividade. A hipnose auxilia na investigação da criatividade e também permite que os psicólogos estudem a relação entre a criatividade e a hipnotizabilidade.
A hipnose cria um estado alterado de consciência, o que a torna uma boa ferramenta para a investigação de estados criativos e da propensão à fantasia. Pensa-se que a hipnose pode levar a um avanço na compreensão da origem da inspiração criativa.
Bowers e van der Meulen (1970) realizaram um estudo envolvendo 30 pessoas altamente sugestionáveis e 30 participantes menos sugestionáveis. O estudo envolveu muitos testes de funcionamento criativo incluindo tarefas criativas, testes de Rorschach, e testes de associação. Os resultados do estudo mostraram que aqueles que eram mais hipnotizáveis apresentaram melhor desempenho nos testes de criatividade. O estudo também concluiu que as mulheres eram mais criativas do que os homens.
Outro estudo foi conduzido para estudar a relação entre a hipnose e a criatividade. A hipnose foi usada para medir o grau de resposta sem esforço para tarefas envolvendo a criatividade. O estudo consistiu de estudantes e escritores que foram convidados a escrever em um estado hipnótico. O pesquisador também analisou os vários estilos criativos dos participantes. Os resultados mostraram que a criatividade estava em seu ponto mais alto quando não houve interferência entre as associações e a resolução de problemas (Bowers, 1979).
Lynn e Rhue (1988) analisaram 6.000 estudantes para selecionar 780 participantes em seu estudo. Eles foram divididos em três grupos com base em sua propensão a fantasia. Eles foram então comparados com base em medidas de hipnotizabilidade, imaginação, sugestionabilidade, capacidade alucinatória, criatividade, psicopatologia e experiências da infância. Os pesquisadores descobriram que havia menos de uma ligação entre a propensão à fantasia e a hipnotizabilidade do que se pensava inicialmente. Isto significa que mesmo aquelas pessoas que não são criativas tendem a responder positivamente à hipnose. Também foi descoberto que aqueles que eram mais propensos a fantasia e criatividade não eram necessariamente altamente sugestionáveis sob hipnose.
Embora estes estudos diferem em fazer uma conexão entre a sugestionabilidade e a criatividade, todos os estudos chegaram a conclusões interessantes envolvendo a criatividade e a hipnose. O estado de hipnose permite aos pesquisadores estudar a criatividade de um modo não invasivo e de forma natural. Outras pesquisas devem ser realizadas para se aprender mais a respeito da criatividade e da imaginação.
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Fontes:
- Publicação original por www.naturalnews.com
- Tradução: SBHH — Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria
- BOWERS, K.S. & VAN DER MEULEN, S.J. (1970). Effect of hypnotic susceptibility on creativity test performance. Journal of Personality and Social Psychology, 14(3), 247-256.
- BOWERS, P. (1979). Hypnosis and creativity: The search for the missing link. Journal of Abnormal Psychology, 88(5), 564-572.
- LYNN, S.J. & RHUE, J.W. (1988). Fantasy proneness: Hypnosis, developmental antecedents, and psychopathology. American Psychologist, 43(1), 35-44.
Atualizado em 2015/12/24