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Mais de 600 casos já foram elucidados pelo laboratório de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística do Paraná. Desde a sua inauguração, em dezembro de 1999, o laboratório, único na América Latina, recebe regularmente solicitações de aplicação de hipnose proveniente de várias cidades e de outros Estados do Brasil. O Paraná é pioneiro na aplicação da técnica do hipnotismo no auxílio de investigações de casos policiais.
O laboratório é coordenado pelo psicólogo e psiquiatra Rui Fernando Cruz Sampaio e realiza em média seis atendimentos por mês. Os processos de hipnose são solicitados com maior frequência por delegados de polícia, porém promotores e juízes também pedem a ajuda do laboratório.
Na investigação criminal, a hipnose é utilizada como ferramenta de auxílio para elucidação de casos em que a testemunha ou vítima tem algum bloqueio mental decorrente do trauma sofrido. Vítimas de estupro, sequestro, assalto e atropelamento podem ter dificuldades para dar informações para confecção do retrato falado ou de características do local do crime.
Os relatos dados durante o processo de hipnose não são considerados como provas testemunhais. “Eles apenas indicam os caminhos a serem seguidos para a solução dos casos”, explica Sampaio.
Atropelamento
Há cerca de três anos, houve um atropelamento com duas vítimas fatais em Ponta Grossa. A polícia tinha apenas duas testemunhas do crime e uma pista: um Ômega bordô. As duas testemunhas foram submetidas à hipnose no laboratório. Suas declarações deram um novo rumo às investigações.
Uma das informações concedidas revelava que a cor do carro era azul. Após as investigações, a polícia descobriu um carro com as características citadas pelas testemunhas durante o hipnotismo em uma oficina mecânica na cidade. A perícia identificou alguns respingos de sangue na parte frontal do veículo e o proprietário foi indiciado como o responsável pelo atropelamento.
Assassinato
Em outro caso, Sampaio atendeu uma mulher que presenciou o assassinato de seu marido. Cerca de 16 anos depois do homicídio, ela foi hipnotizada e teve sua memória regredida até a data do crime. “Ela tinha uma grande clareza de tudo o que aconteceu no momento do crime. Aquela senhora reviveu o fato” disse Sampaio.
Com as informações resgatadas, foi possível fazer o retrato-falado do homicida. A mulher também conseguiu lembrar como o marido foi morto: a golpes de enxada. “Ela viu um ‘filme’ de como tudo aconteceu e ficou bastante emocionada com a lembrança do marido assassinado”, completou.
Com o passar dos anos, as técnicas foram sendo aperfeiçoadas e atualmente o resultado das investigações auxiliadas pela hipnose são bastante expressivos “Hoje, o índice de confiabilidade das informações obtidas numa sessão de hipnotismo é de praticamente 90%”, afirmou Sampaio.
Andarilho
Em maio de 2001, um jovem andarilho aparentando 20 anos de idade vivia perambulando pelas ruas de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Indagado sobre sua família e o lugar onde morava, o rapaz demonstrou sinais de amnésia. Lembrava-se apenas que viveu com um grupo de ciganos. Encaminhado ao laboratório do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Paraná, o jovem foi submetido ao processo de hipnotismo e mais um caso surpreendente foi elucidado.
Em transe, ele descreveu uma cidade, um rio, uma praça e uma fábrica de sucos. Entre suas revelações, houve constante repetição das palavras “esplanada” e “estância”. Durante a sessão, o andarilho também conseguiu lembrar do seu apelido de infância, Cuca, e o do seu irmão, Biro-biro. Após as investigações, descobriu-se que Esplanada era uma cidade na Bahia e Estância outra em Sergipe, separadas por 88 quilômetros.
A polícia entrou em contato com assistentes sociais nas duas cidades nordestinas e conseguiu localizar uma família em Esplanada. A cidade baiana é igual à descrição dada pelo jovem durante a sessão de hipnotismo.
Após o encontro com a família, foram realizados exames de DNA para verificar o laço familiar. Comprovado o parentesco, descobriu-se que o jovem havia sido raptado por ciganos que passavam pela cidade quando tinha oito anos.
Antes de viver em Fazenda Rio Grande o menino havia morado em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e São Paulo. Depois que começou a sofrer maus tratos da família de ciganos, ele decidiu fugir.
Fonte: Agência de Notícias Estado do Paraná
Originalmente publicado no blog PNL, Hipnose, Motivação
Atualizando os números
Eu, Samej Spenser, tive a honra de conhecer o Dr. Rui Sampaio no curso de Hipnose Clínica em Curitiba, (Dez/2010), e conversando com o Dr. Rui, fui informado que os crimes solucionados com a ajuda da Hipnose já ultrapassam a casa dos 700.
E como adendo, deixo abaixo uma entrevista com o Dr. Rui Sampaio ao amigo Valdecy Carneiro, (onde o Dr. Rui afirma que com o auxílio da Hipnose, mais de 800 casos foram resolvidos), realizada em Julho de 2015:
Bate-bola Hipnótico #5 | Tema: Hipnose Forense
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Atualizado em 2016/01/01