06 janeiro 2011

Sou Hipnotizável?

FOTO: Terapeuta atendendo uma cliente
Foto: Inspire Yoga

 

Uma das dúvidas mais comuns sobre o estado hipnótico está relacionada ao “ser” ou não hipnotizável. A moderna hipnose, com a adoção de técnicas diversificadas, personalizando a indução, de acordo com características da personalidade e do comportamento de cada sujeito, praticamente possibilita a todas as pessoas serem hipnotizadas, desde que necessitem e queiram.

A indução, através de metáforas, consegue, muitas vezes, quebrar a barreira do consciente, permitindo acesso ao subconsciente, de forma mais efetiva e menos invasiva. Faça você mesmo um teste. Abaixo segue um texto. Siga a seguinte orientação:

 

  1. Leia o texto, sem interrupção;
  2. Faça nova leitura, dedicando mais tempo àquilo que lhe despertou mais atenção;
  3. Feche os seus olhos e deixe sua imaginação “viajar” no que acabou de ler;
  4. Não tenha pressa, nem se imponha nada. Deixe que sua “viagem” flua, naturalmente;
  5. Abra os olhos e experimente fazer as conexões do que acabou de ler com a sua vida;
  6. Se seguiu corretamente as instruções, provavelmente, você experimentou um estado hipnótico, mesmo que superficial.

 

FOTO: Cachoeira

 

“Nasci do ventre de uma montanha, num dia de muito Sol. Era uma tênue lâmina d’água, mas à medida que me afastava do colo de minha mãe, sentia minhas águas incharem. E, assim, pequeno e apavorado, comecei a lançar meus pequenos braços na empreitada de abrir caminhos.

Mais tarde, já me sentindo seguro, conheci novas impressões. Vi muitas paisagens e, confesso que, por muitas me encantei tanto, a ponto de, dobrando-me por curvas desnecessárias, tentar retardar a despedida…

Mas, rio que nasci, tinha que seguir meu curso. Sabia que muitas outras paisagens e passagens ainda viriam. Também de novas luzes e novas sombras. Que cruzaria o dia e a noite também… Previa os pesos e alívios, os rasos e os profundos, os secos e os alagados…

Muitas vezes pensei ser rei e me vi apenas espada. Outras tantas julguei-me espada e vi-me um rei, sem espada. Apesar das incertezas, tinha um grande sonho: tornar-me um rio de extensas águas, com uma enorme margem. Já ouvira falar de rios assim e queria ser um deles. Sonho e temores… Afinal, teria que aceitar pequenos riachos e pobres águas paradas fazendo parte de mim. Além disso, teria que superar pedras enormes que via à minha frente e poderiam me represar. Pior ainda, outros rios que, como eu, seguiam seus cursos e, provavelmente, tentariam interromper o meu.

Já há algum tempo, venho observando um rio que, gradativamente, se aproxima de mim. Pela voz, forte e imponente, me deixa a impressão de querer tomar-me em suas águas. Em vão tento modificar meu curso, temendo o encontro. Agora, poucos metros nos distanciam e percebo-lhe tranquilidade e simpatia na voz. Quase um eco da minha voz. Quanto a distância distorceu minha percepção! O que julguei arrogância e intimidação, na realidade fora um grito de dor ao quebrar-se numa enorme queda, vencer as pedras e abrir seu curso que, à custa de muito sofrimento ele conseguiu superar. Acabo de estender-lhe um de meus braços e o mesmo ele faz. E, assim é que nos fazemos a mesma proposta: unirmos nossas águas. Dessa forma, seremos grandes mais depressa. Assim, também, mais rápido chegaremos ao MAR”.

 

Texto originalmente publicado por Luiz Antonio Perilo Velloso no site Portal CMC.

 


Atualizado em 2015/12/13