Mulheres grávidas vão aprender a hipnotizar-se antes do parto como uma alternativa aos anestésicos.
Elas vão aprender a pôr-se em um estado de transe durante o trabalho na esperança de que elas não precisem de tratamentos caros, como drogas epidurais, gás hilariante ou morfina.
Mais de 800 mães de primeira viagem vão participar no estudo de 18 meses do NHS (Serviço Nacional de Saúde Britânico), sobre a eficácia do “hypnobirthing”.
Ensinar as mulheres a controlar sua dor também pode reduzir a necessidade de supervisão das parteiras, que ajudaria a aliviar a pressão sobre as maternidades sobrecarregadas.
Em alguns hospitais, 60% (sessenta por cento) das mães recebem epidurais — anestésicos injetados em sua espinha — enquanto em muitas outras são dadas injeções de diacetilmorfina, (uma forma de morfina), petidina ou inalar gás hilariante.
Os medicamentos são caros e tem havido reclamações de que eles poderiam ser prejudiciais para a mãe e o bebê.
Epidurais foram recomendados para aumentar a duração do parto, tornando mais provável que uma mulher não precise de uma cesariana.
Tem sido sugerido que ter uma epidural pode prejudicar a capacidade da mãe para amamentar — embora isso nunca tenha sido fundamentado — e também há temores de que esteja ligada à depressão pós-parto.
Quem defende o parto natural também diz que a sonolência causada por analgésicos impedem a mulher de apreciar plenamente a alegria do parto.
O estudo está sendo conduzido pelo professor Soo Downe, especialista em obstetrícia na Universidade de Central Lancashire, e será executado em hospitais de Blackburn e Burnley.
O Professor Downe disse:
“Há boas evidências de que a hipnose funciona bem em outras áreas da gestão da saúde. A ideia é dar às mulheres a capacidade de gerenciar seu trabalho elas mesmas. Se os resultados forem promissores, faremos novos testes.”
A intenção seria, então, dar formação em “HypnoBirthing” no NHS. HypnoBirthing tornou-se cada vez mais popular e a Grã-Bretanha tem cerca de 250 terapeutas qualificados.
Os cursos tendem a durar várias horas e ensinar as mulheres a colocarem-se em um estado de relaxamento profundo.
Palavras como “dor” e “contração” são substituídas em manuais de treinamento por termos neutros como “pressão” e “aperto”.
As sessões, que podem custar até £800, (aproximadamente R$2.155,04, com base no fechamento do Banco Central do Brasil em 15/Fev/2011), em uma base de um para um; as mulheres também aprendem técnicas de massagem que lhes permitem estimular a liberação de endorfinas, os analgésicos naturais do corpo.
Críticos afirmam que tais métodos de trabalho funcionam para apenas uma em cada quatro mulheres. Há também a preocupação de que se as mães são deixadas para lidar por conta própria durante o trabalho de seus bebês podem estar em risco.
Maureen Treadwell, uma cofundadora da Birth Trauma Association (Associação do Trauma do Nascimento), disse:
“É um absurdo afirmar que o parto é um evento natural, assim você não precisa de drogas. A morte é também um acontecimento natural, mas ninguém diria que não precisam de drogas para aliviar a dor.”
Estudo de Caso
Victoria Parrott utilizou o método da auto-hipnose, quando ela deu à luz a sua filha Martha no ano passado.
Aos 34 anos de idade, executiva de vendas, não precisou de nenhum alívio, (entenda anestésico), para a dor e disse que na verdade, acabou cochilado de tão relaxada.
Antes do nascimento, ela participou de diversas sessões de três longas horas próximo de sua casa em Harpenden, Hertfordshire, onde foi ensinada a colocar-se em um estado de calma.
Ela disse:
“Eu posso honestamente dizer que eu não senti nenhuma dor. Tudo o que eu sentia eram sensações suaves, como Martha passando pela minha pélvis. Foi a experiência mais extraordinária. Eu entrei na sala de parto e estava rindo e conversando tanto que a parteira não acreditou que eu estava em trabalho de parto avançado. Ela ficou chocada quando descobriu que o bebê estava realmente à caminho.”
Martha nasceu saudável com 7lb e 11oz, (aproximadamente 3,490kg), em março passado.
Originalmente publicado no jornal Daily Mail.
Atualizado em 2016/01/17