06 fevereiro 2011

Provando a Hipnose

 

Introdução

Embora frequentemente desacreditada como enganosa, a hipnose tem se mostrado um fenômeno verdadeiro e eficaz, com uma variedade de aplicações terapêuticas — especialmente no controle da dor.

por Michael R. Nash e Grant Benham

 

Índice

 

“Você está ficando sonolenta. Muuuito sonolenta…” Um homem de colete balança seu relógio de bolso de um lado para outro diante do rosto de uma jovem em uma sala da era vitoriana. Ela fixa o olhar no relógio, seguindo o movimento pendular com os olhos. Momentos depois ela está afundada na cadeira, olhos fechados, respondendo às perguntas do hipnotizador como um zumbi.

Todo mundo já viu uma cena de hipnose como esta no cinema ou na televisão. De fato, basta dizer a palavra “hipnose” para muitos pensarem em relógios de bolso. Hoje, porém, é mais comum que o hipnotizador simplesmente peça a uma pessoa para fixar o olhar num objeto imóvel — como uma tachinha colorida numa parede branca — durante o “estágio de indução”, que em geral consiste em palavras suaves, que sugerem relaxamento e concentração.

Mas a hipnose é um fenômeno de fato verdadeiro? Em caso afirmativo, é útil para quê? Durante os últimos anos, os pesquisadores descobriram que indivíduos hipnotizados respondem de forma ativa às sugestões, ainda que às vezes percebam as mudanças radicais de pensamento e de comportamento que experimentam como se acontecessem “por si mesmas”. Durante a hipnose, é como se o cérebro suspendesse temporariamente as tentativas de validar a informação sensorial que recebe. Algumas pessoas são mais hipnotizáveis que outras, embora os cientistas ainda não saibam por quê. Não obstante, a hipnose está encontrando usos médicos no controle da dor crônica, no tratamento da ansiedade e em combinação com procedimentos hospitalares convencionais — na recuperação mais rápida de pacientes que sofreram cirurgias, por exemplo.

Apenas nos últimos 40 anos os cientistas tiveram acesso a instrumentos e métodos para separar os fatos sobre a hipnose das suposições exageradas. Mas o estudo dos fenômenos hipnóticos está hoje solidamente incorporado ao domínio da ciência cognitiva normal, com artigos sobre hipnose publicados em algumas das mais seletivas revistas científicas e médicas. É claro que espetáculos como a “hipnose encenada” com propósito de entretenimento não desapareceram. Mas os novos achados revelam como o poder da sugestão hipnótica pode, — quando usado de maneira adequada —, alterar processos cognitivos tão diversos quanto a memória e a percepção da dor.

 

Escalas de suscetibilidade

Para estudar qualquer fenômeno com propriedade, antes de mais nada os pesquisadores devem adotar um modo de medi-lo. No caso da hipnose, são adotadas as Escalas de Suscetibilidade Hipnótica de Stanford, concebidas no final da década de 50 pelos psicólogos André M. Weitzenhoffer e Ernest R. Hilgard, da Universidade Stanford, e ainda hoje usadas para determinar até que ponto um indivíduo responde à hipnose.

Uma versão das escalas de Stanford, por exemplo, consiste em uma série de 12 atividades — como manter o braço da pessoa estendido ou inalar o conteúdo de uma garrafa — que testa a profundidade do estado hipnótico.

No primeiro exemplo, os indivíduos são levados a acreditar que estão segurando uma bola muito pesada, e são “aprovados” se o seu braço se curva sob o peso imaginado. No segundo caso, as pessoas são induzidas a pensar que não têm o sentido do olfato, e um frasco de amônia é agitado sob seu nariz. Se elas não apresentam reação, são consideradas muito suscetíveis à hipnose.

As escalas de Stanford variam de zero, para indivíduos que não respondem a nenhuma das sugestões hipnóticas, a 12, para aqueles que são sensíveis a todas elas. A maioria das pessoas alcança a pontuação média (entre 5 e 7); 95% da população obtêm uma pontuação de pelo menos 1.

 

O que é hipnose

Baseados em estudos que usam as escalas de Stanford, pesquisadores com perspectivas teóricas muito diferentes hoje concordam com vários princípios fundamentais da hipnose. O primeiro deles é que a capacidade de uma pessoa para responder à hipnose é bastante estável durante a vida adulta. No talvez mais enfático exemplo disto, um estudo mostrou que, quando reavaliados, os indivíduos estudados por Hilgard obtiveram, aproximadamente, as mesmas pontuações nas escalas de Stanford que 10, 15 ou 25 anos antes. Estudos mostraram que a pontuação de um indivíduo nas escalas de Stanford permanece tão similar ao longo do tempo quanto o QI1 — se não mais. Além disso, há evidências de que a suscetibilidade à hipnose pode ter um componente hereditário: gêmeos idênticos têm maior probabilidade de obter pontuações parecidas nas escalas de Stanford do que gêmeos não-idênticos do mesmo sexo.

A suscetibilidade de uma pessoa à hipnose também permanece coerente a despeito das características do hipnotizador: o gênero, a idade e a experiência do hipnoterapeuta têm pouco ou nenhum efeito na capacidade de um indivíduo ser hipnotizado. Da mesma forma, o sucesso não depende de o indivíduo estar motivado ou ser especialmente propenso. Um indivíduo muito suscetível será hipnotizado mesmo sob uma variedade de condições experimentais e terapêuticas, ao passo que uma pessoa menos suscetível não será, apesar de seus sinceros esforços. (Atitudes e expectativas negativas podem, entretanto, interferir na hipnose).

Outros estudos também mostraram que a capacidade de ser hipnotizado não está relacionada a características de personalidade como histeria, psicopatologia, credulidade, confiança, agressividade, submissão ou imaginação. Nem os indivíduos que são hipnotizáveis com facilidade são mais sensíveis do que os outros às influências sociais como questões ambíguas ou pressões do meio. Por outro lado, ser suscetível à hipnose está relacionado à capacidade de uma pessoa concentrar-se em atividades como ler, ouvir música ou sonhar acordado.

A grande capacidade de uma pessoa ser hipnotizada sem esforço poderia em parte ser determinada pela morfologia cerebral. Em 2004, James E. Horton, da Universidade da Virgínia, e Helen J. Crawford, do Instituto Politécnico da Virgínia, mostraram com imagens MRI (ressonância magnética) que o rostro do corpo caloso era 32% maior em indivíduos altamente hipnotizáveis do que em indivíduos não suscetíveis à hipnose. Essa região do cérebro é responsável pela atenção e por inibir estímulos indesejados.

Sob hipnose, os indivíduos não se comportam como autômatos passivos, mas como pessoas que solucionam problemas e que incorporam suas ideias morais e culturais ao próprio comportamento, enquanto permanecem bem sensíveis às expectativas do hipnotizador. Não obstante, o indivíduo não experimenta o comportamento sugerido pela hipnose como algo que é alcançado de forma ativa. Ao contrário, isto em geral é considerado como algo que não depende de esforço — simplesmente acontece. Pessoas que foram hipnotizadas dizem coisas como: “Minha mão ficou pesada e abaixou sozinha”, ou “De repente, percebi que não sentia nenhuma dor”.

Muitos pesquisadores acreditam hoje que este tipo de desconexão é a essência da hipnose. Ao responder a uma sugestão, os indivíduos fazem movimentos sem consciência, não percebem a estimulação excessiva de dor ou esquecem por um certo tempo um fato conhecido. É claro que este tipo de coisa também acontece fora da hipnose — na vida cotidiana e em certas desordens psiquiátricas e neurológicas.

Usando a hipnose, os cientistas criam temporariamente, em laboratório, alucinações, compulsões, certos tipos de perda de memória, falsas recordações e ilusões, de forma que estes fenômenos possam ser estudados em um ambiente controlado.

 

O que a hipnose não é

Quanto mais os cientistas descobrem sobre a hipnose, mais encontram evidências que contrariam certas dúvidas sobre a técnica. Uma dessas hipóteses é a de que a hipnose seria motivada por uma imaginação vívida, mas isso não parece se verificar. Muitas pessoas imaginativas não são hipnotizáveis, e nenhuma relação entre as duas capacidades foi determinada.

A questão sobre a imaginação vem do fato de que muitas pessoas que são hipnotizáveis podem ser levadas impulsivamente a experimentar alucinações auditivas e visuais realistas. Mas um estudo que usa a Tomografia de Emissão de Pósitrons (PET) — que também mede o metabolismo — mostrou que diferentes regiões do cérebro são ativadas quando um indivíduo imagina um som, mais do que quando tem uma alucinação sob hipnose.

Em 1998, Henry Szechtman e colegas, da Universidade McMaster, em Ontário, usaram as imagens PET para mapear a atividade do cérebro em indivíduos hipnotizados que, convidados a imaginar um cenário, experimentaram uma alucinação. Os pesquisadores observaram que a alucinação auditiva e o ato de imaginar um som são autogerados e que, como a audição real, uma alucinação é experimentada como se viesse de uma fonte externa. Através do monitoramento do fluxo sanguíneo nas áreas ativadas durante a audição e a alucinação auditiva, mas não durante a simples imaginação, os pesquisadores buscaram determinar em que lugar do cérebro um som proveniente da alucinação é erroneamente “registrado” como autêntico e originário do mundo exterior.

Szechtman e seus colegas mapearam a atividade cerebral de oito indivíduos muito hipnotizáveis que tinham sido pré-selecionados por sua capacidade de ter alucinações sob hipnose. Durante a sessão, os indivíduos estavam hipnotizados e deitados no PET Scan com os olhos cobertos. A atividade cerebral foi monitorada de acordo com quatro condições:

 

  1. Em repouso;
  2. Enquanto ouviam uma gravação com uma voz dizendo “O homem não falava muito, mas quando o fazia era valioso ouvir o que ele tinha a dizer”;
  3. Enquanto imaginavam ouvir a voz novamente;
  4. Durante a alucinação auditiva que eles experimentaram depois de serem induzidos a acreditar que a fita estava tocando mais uma vez, embora não estivesse.

 

Os testes mostraram que uma região do cérebro chamada córtex cingulado anterior direito mantinha-se igualmente ativa enquanto os voluntários tinham alucinação e enquanto ouviam de fato o estímulo. Em contraste, aquela área do cérebro não era ativada enquanto os indivíduos apenas imaginavam que ouviam o estímulo. De alguma maneira, a hipnose havia induzido esta área do cérebro a registrar a voz proveniente da alucinação como real.

Outra dúvida levantada pelos críticos da hipnose se refere à sua capacidade para neutralizar a dor. Os céticos argumentam que tal efeito é resultado de puro relaxamento ou de uma reação a placebo. Mas uma série de experiências negaram estas explicações. Em um clássico estudo de 1969, Thomas H. McGlashan e seus colegas da Universidade da Pensilvânia descobriram que, para pessoas pouco hipnotizáveis, a hipnose era tão eficaz na redução da dor quanto uma pílula de açúcar que havia sido apresentada a elas como um poderoso analgésico. Mas indivíduos altamente hipnotizáveis beneficiavam-se três vezes mais da hipnose do que do placebo. Em outro estudo, de 1976, Hilgard e sua colega de Stanford, Éva I. Bányai, observaram que certos indivíduos eram suscetíveis a sugestões hipnóticas tanto pedalando de forma intensa em bicicletas ergométricas quanto em estado de repouso.

Em 1997, Pierre Rainville da Universidade de Montreal e seus colegas planejaram determinar quais estruturas cerebrais são responsáveis pelo alívio da dor durante a hipnose. Eles tentaram localizar as partes do cérebro associadas ao componente de sofrimento causado pela dor, como atividade distinta de seus aspectos sensoriais. Usando imagens PET, os cientistas descobriram que a hipnose reduziu a atividade do córtex cingulado anterior — uma área relacionada à dor — mas não afetou a atividade do córtex somato-sensorial, onde as sensações de dor são processadas.

Apesar dessas descobertas, os mecanismos subjacentes ao alívio hipnótico da dor ainda são pouco compreendidos. O modelo preferido pela maioria dos pesquisadores é que o efeito analgésico da hipnose ocorre em centros mais altos do cérebro, diferentes daqueles que são responsáveis por registrar a sensação de dor. Isto explicaria o fato de que a maioria das respostas autônomas que em geral acompanham a dor — como o aumento dos batimentos cardíacos — permanece quase inalterada pelas sugestões hipnóticas de analgesia.

 

“Mas as pessoas não poderiam estar fingindo que haviam sido hipnotizadas?”
Dois estudos decisivos contradisseram tais suspeitas

Numa experiência inteligente de 1971, intitulada O Hipnotizador Desaparecido, Frederick Evans e Martin T. Orne, da Universidade da Pensilvânia, compararam as reações de dois grupos de indivíduos: um composto por pessoas que eles sabiam ser de fato hipnotizáveis e outro formado por indivíduos que eles convocaram para simular o estado hipnótico. Um pesquisador que não sabia diferenciar os grupos conduzia o procedimento hipnótico habitual, que foi interrompido de repente por uma falta simulada de energia elétrica. Quando o pesquisador deixou a sala para investigar o que havia acontecido, os indivíduos que fingiam pararam de representar: abriram os olhos, observaram a sala e abandonaram a encenação. Os indivíduos hipnotizados de verdade, contudo, terminaram a hipnose aos poucos e com certa dificuldade.

Os simuladores também tendem a exagerar o seu papel. Quando esses indivíduos são sugestionados a esquecer determinados aspectos da sessão de hipnose, seus esforços para não se lembrar são, às vezes, suspeitos e evasivos, por exemplo, eles descrevem experiências estranhas, que poucas vezes são relatadas por indivíduos realmente hipnotizados. Taru Mustonen, hoje na Escola de Medicina Odontológica de Harvard, e Harold S. Zamansky, da Universidade do Nordeste, em Boston, testaram aqueles que fingem usando testes tradicionais com detector de mentiras. Eles descobriram que quando indivíduos hipnotizados respondem às perguntas, suas reações fisiológicas em geral correspondem aos critérios de veracidade. Com os simuladores, ao contrário, isso não acontece.

 

Hipnose e Memória

Talvez nenhum outro aspecto tenha gerado mais controvérsia na hipnose do que a memória “recuperada”. A ciência cognitiva estabeleceu que as pessoas são razoavelmente capazes de discernir se um evento aconteceu de verdade ou se elas apenas o imaginaram. Mas sob certas circunstâncias, hesitamos. Podemos vir a acreditar, (ou ser levados a acreditar), que alguma coisa nos aconteceu quando, de fato, não aconteceu. Um dos mecanismos-chave que as pessoas parecem usar para discernir a realidade da imaginação é a experiência do esforço. Ao que tudo indica, para codificar uma memória um “sinal” nos informa sobre a quantidade de esforço que despendemos: se o evento é marcado pelo uso intensivo de esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que imaginamos. Se é marcado por um pequeno esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que ocorreu. Uma vez que o “cartão de visita” da hipnose é a sensação da falta de esforço, entende-se por que as pessoas hipnotizadas podem confundir tão facilmente um evento imaginado com algo que aconteceu há muito tempo. Consequentemente, alguma coisa apenas imaginada pode se tornar um episódio inerente à nossa história de vida.

Uma série de estudos analisa este efeito. Indivíduos hipnotizados com facilidade, por exemplo, podem ser levados a produzir narrativas detalhadas e emocionantes dos seus primeiros meses de vida, embora esses eventos não tenham de fato acontecido e embora os adultos não sejam capazes de lembrar dos primeiros anos de vida. Do mesmo modo, quando sugestionados a regressar à infância, indivíduos altamente hipnotizáveis se comportam como crianças, com frequência tornam-se bastante emotivos e podem, mais tarde, insistir que reviveram mesmo a própria história. Mas pesquisas confirmam que estas respostas não são da infância verdadeira dos participantes — nem na fala, nem em padrões como comportamento, emoção, percepção, vocabulário ou pensamento.

Estes comportamentos não são mais infantis do que quando os adultos imitam as crianças. Em resumo, a hipnose não permite ao indivíduo transcender a natureza fundamental e as limitações da memória humana.

 

Ela não possibilita a alguém recuperar recordações de décadas, retraçar ou desfazer o desenvolvimento humano

Quais os benefícios médicos da hipnose? Um comitê de avaliação dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, de 1996, considerou a hipnose uma intervenção efetiva para aliviar a dor do câncer e de outros estados crônicos. Estudos clínicos abrangentes também indicam que a hipnose pode reduzir a dor aguda experimentada por pacientes em tratamento de queimaduras, crianças que sofrem remoção de medula óssea e mulheres em trabalho de parto. Uma revisão de literatura publicada em um número especial do International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, por exemplo, relatou que sugestões hipnóticas aliviaram a dor de 75% dos 933 indivíduos participantes de 27 experiências diferentes. O efeito lenitivo2 da hipnose é, com frequência substancial, e em alguns casos o grau de alívio iguala ou excede o obtido com morfina.

Mas a Sociedade de Hipnose Clínica e Experimental afirma que a hipnose não pode, e não deve, ser usada como único tratamento médico ou psicológico para qualquer problema. A razão para isso é o fato de que qualquer pessoa que leia instruções de modo correto pode aprender a hipnotizar alguém. Um indivíduo com um problema médico ou psicológico deve primeiro consultar um serviço de saúde qualificado para obter um diagnóstico. Só o médico é capaz de decidir com o paciente se a hipnose é indicada e, se for, como pode ser incorporada ao tratamento.

 

A hipnose pode intensificar a eficiência da psicoterapia em alguns casos

Outra revisão de literatura que examinou os resultados de 18 estudos diferentes descobriu que os pacientes que se submeteram à terapia cognitiva comportamental associada à hipnose no tratamento da obesidade, insônia, ansiedade e hipertensão obtiveram melhoria superior aos 70% dos que receberam apenas a psicoterapia. Após a publicação destas descobertas, uma força-tarefa da Associação Americana de Psicologia validou a hipnose como um procedimento auxiliar no tratamento da obesidade. Mas a entidade ainda não se pronunciou no caso de outras desordens que têm um componente comportamental. Uso de drogas e alcoolismo não respondem bem à hipnose, e as evidências de que a hipnose ajude a parar de fumar são duvidosas3.

Isto posto, há evidências fortes mas ainda não definitivas de que a hipnose possa ser um componente efetivo no tratamento mais amplo de outros problemas. A lista de possibilidades de tratamento por esse recurso inclui certos tipos de asma; algumas doenças dermatológicas, inclusive verrugas; problemas intestinais; hemofilia; e náusea causada por quimioterapia. O mecanismo pelo qual a hipnose alivia esses problemas é desconhecido, e as alegações de que ela aumenta a imunidade de modo relevante, do ponto de vista clínico, ainda não são substanciais4.

Há mais de 30 anos, Hilgard dizia que tão logo o conhecimento sobre a hipnose se tornasse mais difundido na comunidade científica, um processo de “domesticação” aconteceria: pesquisadores usariam a técnica cada vez mais como uma ferramenta rotineira para estudar outros tópicos de interesse, como alucinação, dor e memória. Ele previu que, assim alicerçado na ciência, o uso clínico da hipnose se tornaria comum para alguns pacientes com certos problemas. Embora ainda não tenhamos chegado lá, a hipnose já percorreu um longo caminho desde o oscilante relógio de bolso.

 

Originalmente publicado no site Mente Cérebro.

 


Atualizado em 2016/01/10


 

NOTAS:

1 Quociente de Inteligência;

2 LE·NI·TI·VO: (latim lenitus, -a, -um, particípio passado de lenio, -ire, suavizar, acalmar)
Adj. 1. Que acalma, que adoça. = LENIENTE; S.M. 2. Aquilo que alivia ou conforta. = ALÍVIO, CONSOLAÇÃO, LENIENTE, LENIMENTO; 3. Medicamento que mitiga dores. = LENIMENTO; 4. Medicamento com propriedades laxativas. = LAXANTE;

3 Particularmente eu, Samej Spenser, discordo dessa afirmação. Principalmente na questão de parar de fumar: conheço pessoas que pararam de fumar com a ajuda da Hipnose, e conheço profissionais que utilizam a ferramenta Hipnose para este fim e obtém êxito; Assim como conheço pessoas que deixaram de usar drogas ilícitas através de tratamento hipnoterápico.

4 Veja este texto: “Hipnose beneficia o sistema imunológico”.