04 outubro 2011

O Destro Canhoto

 

 


 

IMAGEM: Canhoto

Ontem, (03/10/2011), recebi uma atualização em minha página inicial do facebook, que me chamou a atenção; uma publicação do meu amigo João Oliveira no grupo Psicológica TV, intitulada “O DESTRO CANHOTO”. Não é de hoje que os canhotos me chamam a atenção, (tenho um irmão que é canhoto), então li o texto e fiz alguns comentários. Particularmente, me identifiquei com a proposta.
Agora, segue o texto na íntegra para que vocês também apreciem.

 

Já há alguns anos, tenho percebido certo padrão em um pequeno perfil da população com queixas de ordem psicológica ou sintomas psicossomáticos. Não é algo numeroso ainda para darmos início a uma pesquisa metodológica; podemos até pensar nisso no futuro. No momento, são apenas estudos de caso em andamento. No entanto, gostaria de chamar logo a atenção de outros profissionais de saúde e, até mesmo do grupo envolvido, (os canhotos), pois podemos estar auxiliando alguém que se encaixe neste relato.

Passei a observar, com maior acuidade, se o paciente é canhoto ou não, como primeiro passo da análise comportamental. Todos que militam nessa área sabem que o ponto fundamental para qualquer aprofundamento começa pela definição se o sujeito à nossa frente é destro ou canhoto.

Para facilitar, vamos ao passo a passo:

 

1) Como surgem os canhotos?

Uma pergunta fácil de ser respondida, mas é necessário um pouco de raciocínio dedutivo, pois todos os gêmeos univitelinos possuem um elemento destro e o outro canhoto. Os gêmeos univitelinos surgem quando um óvulo é produzido e fecundado por apenas um espermatozoide e, de imediato, se divide em duas culturas de células completas. Também são sempre do mesmo sexo. Portanto, (olhe o pensamento dedutivo aqui), se encontramos um canhoto no mundo sem um irmão gêmeo isso deve significar que existiu, em algum momento, grupo de cultura de células que não foi em frente — deveriam ser gêmeos então, certo?

 

2) Como identifico o canhoto?

IMAGEM: Área de Broca no cérebro (Wikipédia)

A região de Broca, que é responsável pela condução motora da fala humana, está localizada no lado esquerdo do cérebro. Por isso, podemos observar que, quando falamos, existe um movimento mais aparente do lado direito da boca. A movimentação é mais visível deste lado, isso nos destros! Na população canhota o movimento labial, durante a fala, pode ser melhor percebida, no lado contrário, o esquerdo. Isso pode indicar que a região de Broca está do lado contrário, no hemisfério direito! Para comprovação deste pensamento estamos iniciando um estudo clínico com ressonância magnética em conjunto com um colega médico que também se interessa por este fenômeno.

Com essas informações podemos agora “ver” o canhoto com facilidade, basta observar bem o movimento labial enquanto ele fala. Caso essa movimentação seja mais elaborada, explícita do lado esquerdo, estamos diante de um canhoto genuíno. No entanto, muitos foram “adestrados” (essa palavra parece carregar algo maior sobre não ser destro) para habitar no mundo dos destros e escrevem com a mão direita.

IMAGEM: Cérebro (Wikipédia)

Esse é o padrão! Aqui reside o problema! Alguém que não está em harmonia consigo mesmo enquanto organismo vivo! E ainda pior: essa pessoa pode nem saber que é (de fato) canhota!

Não caberiam aqui, neste espaço, os estudos de caso, (serão disponibilizados oportunamente). Mas o alerta pode encontrar objeto e auxiliar na condução da abordagem psicoterápica. Muitas dessas pessoas, que vivem dentro de um esforço não natural, podem desenvolver conflitos internos, pois não estão em harmonia com sua própria natureza biológica.

Estou à disposição dos interessados, colegas profissionais da área de saúde, para troca de informações sobre esse tema. Não encontrei, ainda, literatura a respeito e estamos buscando alternativas viáveis para o reencontro da real estrutura desses indivíduos. Alguns casos estão em andamento, enquanto escrevo estas palavras e podemos, assim, observar o avanço positivo destes pacientes.

 

João Oliveira
Psicólogo CRP -05-32031
oliveirapsi@gmail.com

 

Agora me diga, você conhece algum canhoto? Já notou diferenças de comportamento e/ou situações ditas “normais” onde este canhoto se sobressaiu ou foi prejudicado? Utilize o campo de comentários logo abaixo.

 


Atualizado em 2015/10/06